A Comissão do Senado que trata da reforma política aprovou o fim da reeleição para cargos majoritários. Com essa medida, a partir da próxima eleição, em 2014, os mandatos terão a duração de 5 anos, e os atuais ocupantes dos cargos de prefeito, governador e presidente poderiam concorrer.
É assim mesmo. Eles vivem mudando de opinião, conforme mudam os seus interesses. O senador Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado, acha que a reeleição compromete a democracia, alegando que quem está no poder tem toda a máquina pública a seu favor. Sem entrar no mérito da reeleição, o que compromete a democracia é a falta de vergonha, ética e honestidade de quase a totalidade da classe política brasileira, que usa a máquina pública a seu favor e de seus aliados. O que compromete a democracia é a falta de fiscalização e de justiça que alcance os espertalhões da vez, que elegem até um poste (ou uma terrorista) se quizerem. Pois tanto faz estarem usando a máquina pública para a reeleição ou para a eleição de um aliado, é nojento do mesmo modo.
Mas, chama a atenção também o que disse Aécio Neves: "Defendi cinco anos sem reeleição para os cargos ao Executivo e também deixei a manutenção do voto obrigatório porque o país ainda não está maduro para acabar com ele. É claro que quem está no cargo tem direito à reeleição". E aí? Dá pra concordar com o argumento do queridinho da opinião pública? O país ainda não está maduro para acabar com o voto obrigatório, ou o Senador é que não vai amadurecer nunca para perceber que o voto obrigatório é apenas a maneira mais fácil de assegurar os votos de cabresto?
Só pra lembrar. Como votou o deputado Aécio Neves à época da primeira emenda para a reeleição, em 1997?
Um comentário:
O problema é que aqui o governo não é um mero espelho representativo do povo, mas sim a elite que além de altos salários e beneficios, sem merecimento algum, toma as decisões por nós. E assim vai até o povo decidir tomar alguma medida drástica incentivada por Roberto Marinho, assim como foi na época de Collor.
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