Nessas horas de tragédia, de dor, de violência irracional, o que mais se vê por aí? Oportunismo. É um tal de psicanalista, psiquiatra, sociólogo, jornalista, padre, médico, governador, presidente, prefeito, policial, político, o diabo a quatro dando palpites em tudo, sabendo as explicações para tudo o que acontece, culpando uns ou outros pelos males do mundo, bastando para tanto que uma câmera de vídeo de uma emissora de televisão aponte em sua direção. Nessa hora todos são filósofos e bons, e têm conselhos a dar às vítimas, às famílias das vítimas, e a todos nós, pobres mortais, que estamos ali assistindo meio que em estado de choque.
Raramente se vê alguém usar o bom senso, e dizer que um acontecimento como esse se explica por si só e é tão lamentável quanto inevitável.
É óbvio que não se pode culpar a política do estado para os doentes mentais, não se pode culpar a escola, por não ter "sequer um porteiro", não se pode culpar a indústria de armas, porque está claro que a arma cumpriu a sua finalidade que é a de matar, pois para isso ela existe, não se pode culpar o plebiscito do desarmamento, porque também é óbvio que aquelas armas não foram adquiridas de forma legal, mas, uma coisa nós temos a obrigação de constatar: o crime guarda muitas semelhanças com aqueles cometidos por fanáticos religiosos.
A carta com aquelas coisas de "impuros" e "castos" são reveladoras de uma mente fanática, além de paranóica.
Mas, será que também não é fanático e paranóico o policial que atirou no doente, quando diz "foi Deus quem me colocou ali"? Ou o pai que diz "por um milagre de Deus, a minha filha sobreviveu"?
Ora, façam-me o favor! Se Deus estava realmente preocupado com aquela gente, por que não colocou o policial lá, alguns minutos antes? Quem sabe não era para atender aquele preceito: "vinde a mim as criancinhas?"
Um comentário:
Hahaha, ADOREI!!! E linka tanto com o meu útlimo texto...parece que você continuou escrevendo o que eu não terminei de dizer! Hehe, to seguindo! Beijos
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