28 fevereiro 2007

Agência Brasileira de Jogos de Azar

Os jornais de hoje abrem manchete para a declaração da CEF de que seus funcionários não estão envolvidos nas falcatruas em que se transformaram as loterias brasileiras.
É de matar de rir. O mesmo cara recebe mais de 500 prêmios de loterias diferentes, e o santo funcionário da caixa não tem essa informação na hora de pagar? Tá bom, a gente sabe que os sistemas de informática da CEF são de péssima qualidade, mas, isso é básico.
Na verdade, a quadrilha que se apossou do Brasil há mais de quatro anos só sabe negar a sua participação em qualquer ato ilícito ou ilegal. E cada vez eles têm que negar mais, porque a cada dia aparece uma sacanagem nova.
Gente, pra que serve a Caixa Econômica Federal? Precisa ter uma estrutura de Banco para controlar (e tão mal, como se vê) os jogos de azar oficiais? Pra fazer serviços bancários, o governo tem agentes melhores. Basta que se transforme oficialmente a CEF em ABRAJA - Agência Brasileira de Jogos de Azar. O resto entrega pro BB e BNB, ou leiloa que o BRADESCO e o ITAU vão se esfaquear pra comprar.

27 fevereiro 2007

Academia

Nós que tivemos uma overdose de academia no domingo, com a entrega do Oscar, temos agora outra academia sendo citada pela imprensa. Trata-se da Academia de Tênis. É um complexo de diversões com hotel, cinemas, piscinas, restaurantes, sala de shows (gigantesca), de propriedade do "mecenas" José Farani. Explico: O cidadão foi preso por sonegação fiscal, em virtude de não pagar nem 1 centavo de imposto, no período de 1992 a 1995, ou seja, 15 anos atrás. Ele alega que seu pequeno clube não tem fins lucrativos, é uma instituição filantrópica. Só se for Pilantrópica. Ou seja, a "justiça" levou 15 anos para pôr a mão no safado, e agora o advogado quer o benefício da prisão domiciliar porque o coitadinho já tem 79 anos.
Fala sério. Pouco importa se o velhinho já tem 60 ou 100 anos. Ele sempre burlou a lei. O problema é que com a demora nas investigações e nos recursos à justiça, quando sair o resultado do que aconteceu de 1995 pra cá, ele já terá morrido (se Deus quizer) há muito tempo.
Portanto, o que se exige não é só prisão pra ele. O que temos que exigir é que se confisquem os bens até o completo ressarcimento ao Estado.

CEF

A fraude agora denunciada, envolvendo lavagem de dinheiro, nas loterias da CEF é apenas a ponta do iceberg. Se resolverem investigar de verdade, talvez consigam responder por que saem tantos prêmios grandes (aqueles que acumulam várias semanas) para tantas cidades pequenas. Mas, nós realmente não podemos esperar que qualquer órgão do governo do "companheiro" trabalhe com competência e isenção.

13 fevereiro 2007

...and the Oscar goes to

A gente convive há décadas com notícias sobre o déficit da Previdência. Fizeram reformas, alteraram alíquotas, mudaram as regras, criaram idade mínima, etc. Agora vem o governo, através do presidente da República, dizer que não é nada disso. Que não tem déficit coisa nenhuma, que as contas não estão sendo bem feitas.
Vejam vocês, foi preciso que o grande matemático do Planalto orientasse os meninos da Previdência, sobre quais são as parcelas que devem ser consideradas, e as que não devem. Pronto. Não zerou, mas diminiuiu uma barbaridade.
Ok. Ele poderia ganhar o Oscar de efeitos especiais, não fosse por um detalhe: A Folha de São Paulo resolveu aplicar a metodologia lulista, usando os dados oficiais da Previdência para ver a quantas andava o "déficit" desde 2000.
Surpresa!!! De 2000 até 2002, havia superavit. Somente a partir de 2003, por coincidência início do des governo Lula, começou o déficit.
Entenderam, eles tentaram mudar a metodologia pra esconder o deficit, e a gente descobre que pela metodologia deles, todos os outros gevernos produziam superavit, exceto o deles.
VÃO SER INCOMPETENTES ASSIM, NA PUTA QUE OS PARIU.

11 fevereiro 2007

Empresa Pública & Empresa Privada

O jornalista Elio Gaspari, em sua coluna de hoje no OGlobo, conta essa historinha, que ilustra bem a diferença entre empresas públicas e empresas privadas:
"O metrô de São Paulo é estatal. Impedida de entrar no trem com seu cão-guia, uma advogada cega foi buscar seu direito na justiça. Brigou durante seis anos e três julgamentos, mas pravaleceu.
O metrô do Rio é privado. Uma senhora cega quis entrar com o seu cão.
Passada a perplexidade dos fiscais, ela entrou e foi contratada pela empresa para dar cursos de bom atendimento aos clientes com deficiências físicas."
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E ainda tem um monte de gente que é contra as privatizações.

10 fevereiro 2007

A Raiz do problema

"Todos os candidatos à Presidência da República Federativa do Brasil – todos –, nos últimos 17 anos, comprometeram-se solenemente, no curso das respectivas campanhas eleitorais, a dar à educação prioridade absoluta. Nenhuma outra prioridade, diziam eles, com ênfase e consistência diferenciadas, se antepunha a essa, já que a ausência dessa é a matriz das demais mazelas nacionais.

Esse compromisso, sem exceção, consta dos programas de todos os que disputaram as primeiras eleições diretas pós-regime militar, incluindo os candidatos-picaretas de partidos de araque, as tais legendas “barrigas de aluguel”, a que se referia o falecido Ulysses Guimarães. Foi reiterado nas eleições seguintes, incluindo a do ano passado. Curioso destino, o das prioridades nacionais.

Nestes 17 anos, houve cinco eleições e quatro presidentes da República, de quatro partidos diferentes: Fernando Collor (PRN), Itamar Franco (PMDB), Fernando Henrique (PSDB) e Lula (PT). A responsabilidade (ou irresponsabilidade) com o tema e suas conseqüências está, pois, amplamente compartilhada. Ninguém está em condições de atirar a primeira pedra.

A evidência do fracasso conjunto manifesta-se já na primeira pergunta que sobre o tema habitualmente se faz. Não se indaga por que a educação não melhorou. Pergunta-se por que piorou. Mesmo não dispondo de estatísticas, o cidadão médio brasileiro tem a percepção clara de que o fator violência é cada vez mais presente entre os jovens. E não só os da periferia.

Aqui em Brasília, jovens da classe média cultivam o estranho hábito de juntar-se em gangues e assassinar gratuitamente outros jovens. Há dias, num dos shoppings mais badalados da cidade, o Píer 21, um grupo de seis rapazes, entre 18 e 25 anos, espancou um menino de 15 anos, sem que este tenha feito rigorosamente nada.

A vítima sobreviveu, mas terá que se submeter a cinco cirurgias no rosto e conviver com o trauma emocional, para o qual não há reparo cirúrgico. Não foi caso isolado e nada indica que deixará de repetir-se. Os seguranças do shopping, chamados a socorrer a vítima, fingiram que não era com eles. São pagos para proteger as lojas e o patrimônio do shopping, não as pessoas.

O abominável crime que vitimou há três dias, no Rio de Janeiro, o menino João Hélio, de seis anos, arrastado em carro roubado por bandidos pelas ruas de quatro subúrbios da cidade, fez reacender pela enésima vez a luz vermelha da segurança pública. Os criminosos tinham 16 e 18 anos. O que dirigia o carro, de 18 anos, já havia cometido latrocínio quando tinha 16 anos. Mas, beneficiado pelo Estatuto do Menor e do Adolescente, estava solto.

O seu parceiro no crime, que hoje tem 16 anos, poderá repetir em três anos (prazo legal máximo de detenção de menor) a sua saga: ser libertado, com a ficha criminal em branco (imposição da lei) e reincidir no crime, já que o sistema prisional brasileiro não oferece a mais remota chance de recuperação do detento.

Perplexa e indignada, a sociedade mais uma vez volta a discutir pena de morte e redução da idade penal. O primeiro quesito já mostrou sua ineficácia. Na periferia das grandes cidades brasileiras, sobretudo no eixo Rio-São Paulo, a pena de morte já vigora há muito tempo – e a violência não diminui (muito pelo contrário).

Alguém tem dúvida de que as milícias mineiras, que estão afugentando os traficantes das favelas cariocas, não hesitam em eliminar fisicamente os bandidos que enfrentam?

Hoje, elas figuram como solução para os aflitos moradores das favelas, vítimas da omissão criminosa do Estado. Bem em breve, serão o problema. Segurança pública é dever do Estado. Quando é exercida por outra via, não merece o rótulo de segurança.

Segundo o prefeito carioca César Maia, a taxa de homicídios no Rio e no Brasil, de pessoas acima de 30 anos ou de mulheres em qualquer idade, é semelhante à de países do Primeiro Mundo. Mas quando se trata de jovens do sexo masculino, na faixa de 15 a 24 anos, chega a ser até cem vezes (!!!) maior que a daqueles países.

Isso, claro, impõe revisão na idade penal mínima – e essa discussão já começou e desta vez, diante da multiplicação de crimes praticados por rapazes naquela faixa etária, deve produzir resultados mais efetivos. Mas, com certeza, não resolverá o problema da violência. Apenas aumentará a população carcerária.

E é aí que algumas providências precisam começar a ser tomadas. Prisão no Brasil é casa de ócio. Prisioneiro não trabalha, não produz – e consome. Lesa duas vezes a sociedade, quando a agride criminalmente e quando é sustentado pelo Estado, sem lhe dar contrapartida. Não há política penitenciária. Misturam-se presos de baixa periculosidade com os de alta. Nivela-se pelo pior.

Não há, excetuando-se um ou outro presídio-modelo, penitenciárias agrícolas que tirem o preso da ociosidade. O que se vê é o espetáculo das gaiolas humanas, que animalizam ainda mais quem lá está e produzem motins semanais, sob o olhar indiferente dos governantes.

Quando Collor assumiu a presidência, em 1990, Diego Nascimento da Silva, que dirigia o carro que esfolou o menino João Hélio, tinha apenas um ano. Seu comparsa, nasceria um ano depois. Quando FHC assumiu, em 94, Diego, com cinco anos, deveria estar numa creche. Provavelmente, estava solto na favela. Em 98, deveria estar cursando a 2ª série do 1º grau.

Na mesma seqüência, em 2002, estaria na 6ª série e, hoje, aos 18 anos, já estaria prestando exame vestibular. É a chamada ordem natural das coisas, na qual estão inseridos os que têm o privilégio de nascer em berço esplêndido. Diego, no entanto, estava na rua, roubando carros – e matando. Não faz parte da prioridade nacional. Em vez de cidadão, tornou-se um monstro.

Está preso e pode ser até morto numa cela. É comum. Isso, porém, não fará com que os índices de criminalidade diminuam, nem aplacará o sentimento de angústia e espanto da sociedade brasileira.

O quesito educação é o único que corta o mal pela raiz. Mas seus efeitos são de médio e longo prazos – e as eleições acontecem de quatro em quatro anos, sendo as únicas e efetivas prioridades dos governantes. É preciso reformar a política ou não sairemos jamais desse abominável círculo vicioso. "
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O artigo acima, de autoria do jornalista Ruy Fabiano, foi publicado em Brasília no Jornal da Comunidade, de hoje.
Me parece de uma clareza fantástica.

08 fevereiro 2007

Depois da revolta, a vergonha.

O que se pode dizer dos animais que fizeram aquela barbaridade com uma criança de 6 anos? O que seria suficiente como punição para um crime hediondo como aquele? Serão humanos? Podem até ser, mas provavelmente são de outra espécie do gênero humano. Numa hora dessas não há o que dizer aos pais daquela criança, aos irmãos, avós, tios, vizinhos... Eles podem ser condenados a 30 anos de cadeia, mas, os nossos queridos juízes, obedecendo a lei, os libertarão com apenas 5 anos (1/6 da pena). E ainda tem um de 17 anos que provavelmente sairá da FEBEM quando fizer 18.
A nossa esperança é que um carcereiro conte aos outros presos, o que eles fizeram. Só assim, podemos economizar o dinheiro da comida da cadeia, pra esses filhos da puta.
Gente, no que se transformou a nossa cidade! No que nós nos transformamos. A insensibilidade é geral. Nós podemos ver nas pessoas que são entrevistadas pela televisão, que o tom de voz não é de indignação, não é de revolta, não é de vergonha. Estão todas anestesiadas, conformadas com a trágica situação em que nos encontramos.
É. Está cada vez mais difícil manter a esperança.

01 fevereiro 2007

Mega Sena

Será que ninguém acha estranho a mega sena acumular diversas vezes, e quando acertam o prêmio é geralmente alguém de uma cidadezinha do interior?
Será que alguém já fez uma estatística disso aí?
Por que toda vez que saem prêmios normais, a maioria dos ganhadores é de São Paulo? Por que o número de apostas em São Paulo é infinitamente maior que em Aparecida de Goiás. Mas na hora que o prêmio acumula, é Aparecida de Goiás que ganha!!!!
Tem que ter alguma sacanagem. Não é possível.