17 abril 2009

Galisteu

Acabo de ver, en passant, na BAND,a Adriane Galisteu, fazendo propaganda do seu novo programa que vai ao ar hoje naquela emissora. A nossa querida ex-Senna e, mais recentemente, ex-Deputado Fabio Faria, lançou no ar a seguinte pérola:
"Assistam ao programa, ele vai estar ótimo... Vocês vão poder viajar pelo mundo de graça, começando por Paris, Roma..."
Cabe a pergunta: Será que ainda sobrou cota do Deputado-galã?

Ponto Extra

Depois de mais de 10 meses de discussão, a ANATEL proibiu as operadoras de tv por assinatura de cobrar mensalidade pelo ponto extra. As empresas alegam que terão uma queda de 20% no faturamento, e que terão que repassar o custo para todos os assinantes, inclusive quem não tem ponto extra. A ANATEL proibiu o repasse do custo e divulgou que acompanhará para verificar se não há abusos.
Parece uma maravilha, não é? É tudo jogo de cena.
Junto com a proibição de cobrança de mensalidade, a ANATEL autorizou a cobrança do custo de instalação e manutenção do equipamento, e divulgou que o custo médio de instalação é de R$ 400,00, que podem ser divididos em até 8 meses.
Entenderam? A NET, que é a maior operadora de tv por assinatura não cobrava a instalação, e a mensalidade do ponto extra era de R$ 25,00. Ou seja, você pagava R$ 300,00 em 12 meses e agora vai pagar R$ 400,00 em 8 meses.
E tem gente que acredita que esse governo é sério!

11 abril 2009

Benvindo

Desde o último dia 27 de março este blog tem um novo colaborador. Trata-se do meu irmão Erivaldo. Com aguçado senso crítico, fino humor e grande visão ética, será uma grande colaboração.
Aproveitem!
Benvindo, meu irmão. Esteja à vontade, pois a casa é sua.

Mauro Ventura

Achei esta pérola no blog do Mauro Ventura (http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/dizventura/), e não resisti em publicar aqui também.

A leitura do blog do Mauro é quase obrigatória.
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Miguezim e o bispo

O paraibano Miguezim de Princesa, radicado em Brasília, é jornalista, delegado, cordelista e poeta popular. Faz versos oportunos sobre o país. Eis um dos cordéis mais recentes:

I
Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus que me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II
Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III
Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV
Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V
O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI
Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII
É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII
Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX
Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na linguiça
É uma coisa do Cão.

X
E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

05 abril 2009

Bandidagem Refinada


Sei que não é mais o assunto da pauta, pois novos escândalos já o sucederam.

Mas, após ler repetidas vezes, comecei a me incomodar com as declarações da Sra. Eliana Tranchesi, dona da Daslu, de que “não representa perigo para a sociedade”.

Estamos todos de acordo sobre isso, certo?

Errado.

Consideramos justo prender o bandido que rouba à noite, nas ruelas escuras, os nossos vinténs, relógios, pulseiras, cordões. Mas deixamos em liberdade quem nos rouba muito mais do que vinténs, silenciosamente, sem sabermos ou percebermos.

Temos medo do assaltante à mão armada, que ameaça a nossa vida. Mas não tememos a ladra que rouba os recursos que deveriam ser aplicados na educação dos nossos filhos, na saúde e na melhoria da nossa qualidade de vida.

Consideramos “perigoso para a sociedade” aquele que nos ameaça a vida. Mas não consideramos “perigosa para a sociedade” aquela que ameaça a própria existência da Sociedade, pelo seu exemplo nocivo, nefasto, que alimenta essa odiosa sensação de impunidade que impera no nosso país.

O bandido comum é perigoso principalmente para nós, individualmente. Temos de mantê-lo enjaulado, sim, para protegermos o nosso direito fundamental de vida e de segurança. Mas, Dona Eliana é perigo maior “para a Sociedade”, pois atinge o seu alicerce, os princípios básicos da convivência social, na medida em que seu exemplo incentiva a transgressão da lei, amplia o já instalado processo de erosão do Estado de Direito em que vivemos e que nos encaminha para a convivência em sociedade primitiva e selvagem, onde todos poderão tudo, e qualquer método será aceitável. E é para lá que estamos indo. Vide o crescimento exponencial da criminalidade no nosso país.

É “perigo”, sim, por tudo o que a Sra simboliza. Por isso, numa sociedade séria, onde existe JUSTIÇA, pessoas como a Sra vão para a cadeia.

Mais uma vez, a nossa justiça (com letra minúscula, mesmo) deixa a desejar na defesa dos nossos direitos.

Dona Eliana, eu me sinto ameaçado, sim, com a sua liberdade. A Sra deveria estar na cadeia, pois lá é o lugar dos ladrões, dos bandidos, dos que não cumprem as regras da sociedade. E, aí, quando passasse a viver naquele submundo, talvez compreendesse finalmente a gravidade do seu crime, assim como a falta que fazem os milhões de reais roubados de todos nós e que não chegariam jamais para melhorar a sua “cela”. E, talvez, ainda pudesse nos contar as histórias de alguns dos seus amigos também bandidos que ainda não conhecemos, mas que, com seu exemplo de vida, continuam felizes, anônimos e... nos roubando.

Eu não me sinto seguro sabendo que gente da sua laia continua solta, podendo perpetrar novos crimes contra mim, pobre coitado assalariado que paga imposto até para respirar.

Erivaldo