Eram 30 desbravadores, vindo de todos os cantos do país para Brasília. A missão, após um curso de 3 meses, era desenvolver softwares, analisar programas, integrar a tecnologia do Banco do Brasil. O ano era 1985, e o Banco estava iniciando a sua espetacular expansão tecnológica, que o coloca hoje entre os maiores do mundo.
Eram 30 desconhecidos, (entre si, e do mundo) e chegaram todos no dia 14 de março, véspera do início do curso. O começo, como sempre, foi difícil. A cidade era estranha, com espaços muito amplos, e todos aqueles lugares-comuns que todos dizem sobre Brasília. A maioria, inclusive eu, procurou se alojar em pensões ao longo da Avenida W3 Sul. Era o início. Nenhum de nós esperava voltar às suas cidades após o final do curso. O objetivo era a aprovação e a mudança definitiva para a Capital, pois o salário melhorava muito e era o início da ascensão na carreira.
Já naquele primeiro dia uma turma se encontrou, à noite, no Esquina 302 (é verdade, Brasília tinha um bar chamado esquina) para o santo ofício da cerveja. Era o nascimento de grandes amizades.
Numa mesa grande, estavam: Airton, Ari, Delmiro, Heloísa, Geraldo, Marcos, Osmar, Sérgio e eu. Na verdade, esse era o nome deles quando chegaram ao bar, pois ao sair, já eram: Aírton (só depois virou Bitinho), Cerezo, Pastor, Lolô, Amazonas, Marcos (só depois virou Bitão), Ferrugem, Metralha e Mandrake.
Vinte e dois anos se passaram, desde aquela noite. Daquela mesa inaugural, todos foram aprovados e aproveitados na Central de Tecnologia. Muitos continuam lá até hoje. Outros, como eu, já saíram, aposentados alguns, com diferentes destinos, outros.
Mas, o motivo desse post é homenagear o meu amigo Metralha. Carioca, gordinho, bem humorado, inteligente, teimoso. Foi amigo de primeira hora. Frequentamos a casa um do outro até bem pouco tempo atrás, quando a roda-viva nos afastou um pouco. Mês passado, revendo alguns VHS antigos para converter para DVD, reencontrei o Metralha num vídeo de 1987, quando ele, a sua mulher Cristina e o seu filho mais velho, Gabriel, foram ao meu antigo apartamento visitar a Renata, minha filha recem-nascida. Bateu uma saudade deles e daqueles tempos.
Ontem o Sérgio se foi. Um enfarto fulminante durante uma partida de futebol (uma de suas paixões). Menor de 50 anos, um garoto. Levou com ele o Metralha, apelido cometido por mim naquele agora longínquo 14/3/85, pela semelhança (física) com o famoso personagem Disney.
Vá em paz, Metralha. Leve a nossa saudade, e a certeza de que em breve nos encontraremos para tomar aquela cervejinha, numa esquina qualquer do céu.
Eram 30 desconhecidos, (entre si, e do mundo) e chegaram todos no dia 14 de março, véspera do início do curso. O começo, como sempre, foi difícil. A cidade era estranha, com espaços muito amplos, e todos aqueles lugares-comuns que todos dizem sobre Brasília. A maioria, inclusive eu, procurou se alojar em pensões ao longo da Avenida W3 Sul. Era o início. Nenhum de nós esperava voltar às suas cidades após o final do curso. O objetivo era a aprovação e a mudança definitiva para a Capital, pois o salário melhorava muito e era o início da ascensão na carreira.
Já naquele primeiro dia uma turma se encontrou, à noite, no Esquina 302 (é verdade, Brasília tinha um bar chamado esquina) para o santo ofício da cerveja. Era o nascimento de grandes amizades.
Numa mesa grande, estavam: Airton, Ari, Delmiro, Heloísa, Geraldo, Marcos, Osmar, Sérgio e eu. Na verdade, esse era o nome deles quando chegaram ao bar, pois ao sair, já eram: Aírton (só depois virou Bitinho), Cerezo, Pastor, Lolô, Amazonas, Marcos (só depois virou Bitão), Ferrugem, Metralha e Mandrake.
Vinte e dois anos se passaram, desde aquela noite. Daquela mesa inaugural, todos foram aprovados e aproveitados na Central de Tecnologia. Muitos continuam lá até hoje. Outros, como eu, já saíram, aposentados alguns, com diferentes destinos, outros.
Mas, o motivo desse post é homenagear o meu amigo Metralha. Carioca, gordinho, bem humorado, inteligente, teimoso. Foi amigo de primeira hora. Frequentamos a casa um do outro até bem pouco tempo atrás, quando a roda-viva nos afastou um pouco. Mês passado, revendo alguns VHS antigos para converter para DVD, reencontrei o Metralha num vídeo de 1987, quando ele, a sua mulher Cristina e o seu filho mais velho, Gabriel, foram ao meu antigo apartamento visitar a Renata, minha filha recem-nascida. Bateu uma saudade deles e daqueles tempos.
Ontem o Sérgio se foi. Um enfarto fulminante durante uma partida de futebol (uma de suas paixões). Menor de 50 anos, um garoto. Levou com ele o Metralha, apelido cometido por mim naquele agora longínquo 14/3/85, pela semelhança (física) com o famoso personagem Disney.
Vá em paz, Metralha. Leve a nossa saudade, e a certeza de que em breve nos encontraremos para tomar aquela cervejinha, numa esquina qualquer do céu.